O dia de S. Valentim
No dia 14 de Fevereiro, o calendário comemora S. Valentim. Entre vários santos de nome Valentim, foi o do dia 14 de Fevereiro que se associou à festa dos namorados e ao seu costume de trocarem bilhetes e presentes.
Dia dos Namorados
No Brasil, o dia 12 de Junho é o Dia dos Namorados e, tal como pelo S. Valentim, é a festa dos que se amam. O Dia dos Namorados liga-se à tradição que dá a Santo António a fama de casamenteiro. Por isso se comemora nesse dia, véspera de Santo António.
Perguntas sobre S. Valentim
No dia 14 de Fevereiro, o calendário comemora S. Valentim. Entre vários santos de nome Valentim, foi o do dia 14 de Fevereiro que se associou à festa dos namorados e ao seu costume de trocarem bilhetes e presentes. No Brasil se comemora no dia 12 de junho.
1 Quem era S. Valentim ?
2 Qual a origem desta festa dos namorados?
Quem era S. Valentim ?
Em 268, vivia em Roma um sacerdote chamado Valentim. O imperador Cláudio II fê-lo prender por ser cristão e interrogou-o porque tinha grande fama na cidade. Eis a narrativa tradicional recolhida pelos Pequenos Bolandistas :
Valentim tentou levar o imperador a reconhecer Cristo e, diz-se, deixou-o perturbado. Mas, entre os seus conselheiros, Calpúrnio, Prefeito da cidade, interveio para dizer que a nova fé punha em perigo as tradições romanas; Cláudio, receando perturbações na cidade, entregou S. Valentim ao Prefeito. Este enviou-o ao juiz Astério, que o interrogou.
S. Valentim rezou diante do juiz e dos guardas, pedindo a Deus que os iluminasse, fazendo-os conhecer Jesus Cristo, a verdadeira luz do mundo.
Astério disse: «Admiro muito a tua prudência ; mas como podes dizer que Jesus Cristo é a verdadeira luz ?»
S. Valentim respondeu: «Não só é a verdadeira luz, mas a única luz que ilumina todos os homens neste mundo (cf. prólogo do evangelho de S. João, cap. 1, vers. 4, 5 e 9).
Astério disse: «Vamos tirar a prova : tenho aqui uma filha adoptiva que está cega há dois anos ; se a puderes curar, acreditarei que Jesus Cristo é a luz do mundo».
Trouxeram a jovem. S. Valentim pôs-lhe as mãos sobre os olhos e fez esta oração:
«Senhor Jesus Cristo, que és a verdadeira luz, ilumina a tua serva».
Imediatamente a jovem recuperou a vista. Astério e os seus converteram-se. Mas o imperador mandou-os perseguir como cristãos e foram condenados à morte com S. Valentim.
Depois de ter sido detido numa prisão onde foi espancado e ferido à paulada, foi decapitado na via Flaminia a 14 de Fevereiro de 268. O local do seu martírio tinha sido conservado com um igreja que o papa João I mandou construir mais tarde; estava em ruínas quando o papa Teodósio a reergueu. Depois, desapareceu completamente. Nas muralhas de Roma, a porta que hoje se chama Porta do Povo tinha antigamente o nome de Porta de S. Valentim.
Algumas relíquias de S. Valentim são conservadas em Roma, na igreja de Sta. Praxedes mas as que tinham sido levadas para França, para a igreja de S. Pedro em Melun, desapareceram.
S. Valentim é nomeado com o título de ilustre mártir no Sacramentário de S. Gregório, no Missal Romano de Tommasi, em diversos martirológios e calendários antigos. Os ingleses mantêm-no no seu calendário.
S. Valentim e os namorados
O nome Valentim significa “saudável”. S. Valentim foi representado com uma espada e uma palma, símbolos do martírio, ou curando a filha do juiz Astério.
Esta cura de uma jovem, e provavelmente também a significação do seu nome, “saudável, que dá saúde”, estiveram talvez na origem do facto de os namorados se colocarem sob o patrocínio de S. Valentim.
Mas também os doentes o invocavam (peste, epilepsia, desmaios…)
Alguns querem ligar a festa dos namorados, pelo S. Valentim, à antiga festa romana pagã dos Lupercales, culto aparentemente de origem rural, durante o qual homens semi-nus batiam nas mulheres com correias feitas de pele da cabra, pelas ruas de Roma, o que em princípio lhes devia garantir a fertilidade. É bastante improvável ver relações entre isso e a festa actual, uma vez que nada o atesta historicamente. Para mais, o costume romano não tem nada a ver com a delicadeza dos bilhetinhos amorosos...
Não se encontra qualquer vestígio de S. Valentim patrono dos namorados antes do século XIV.
Com efeito, é no século XIV que aparece pela primeira vez, em Inglaterra e em França, o costume de enviar um bilhete galante ao eleito ou à eleita do coração. Este bilhete chamava-se um Valentim … Por essa altura, desenvolveram várias lendas, como a da filha do juiz Astério.
Acreditava-se nessa altura que os pássaros acasalavam no dia de S. Valentim, a 14 de Fevereiro. Pode-se ainda ver na origem da tradição de mandar bilhetes amorosos a influência do amor cortês, inventado pelos trovadores provençais e desenvolvido nos romances de cavalaria, em particular nos do Rei Artur e da Távola Redonda.
Nos calendários de antigamente, o dia de S. Valentim era assinalado com um sol na mão do santo ou uma forma para fazer fritos – o sol porque nessa época ele retoma as forças (no espaço europeu); a forma de fritos para anunciar o Carnaval.
Hoje, o costume de celebrar S. Valentim com a festa dos namorados tem muitos adeptos. Podemos dizer, retomando o significado de Valentim, que ela está de boa saúde!
Para saber mais :
Valentim e Valentina, segundo Chagall
“Os amantes no telhado”