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Mensagem de Joao Paulo II
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O ser humano é um ser corporal. Por mais material que seja, o corpo não é um objeto: antes de mais nada é alguém, no sentido que ele é manifestação da pessoa, um meio de presença aos outros. O corpo é uma palavra, uma linguagem. Que maravilha e que sinal ao mesmo tempo! Tenham um grande respeito pelo vosso corpo e pelo corpo dos outros! Que o vosso corpo esteja a serviço do vosso eu profundo. Que os vossos gestos, vossos olhares sejam sempre o reflexo da vossa alma. Adoração do corpo? Não, nunca! Desprezo do corpo? Também não! Controle do corpo? Sim! Transfiguração do corpo! Mais ainda! O controle do corpo é determinante para a integração da sexualidade. A união dos corpos tem sido sempre a linguagem mais forte entre dois seres. E é por isso, que tal linguagem, que toca no mistério sagrado do Homem e da Mulher, exige que não se realizem nunca gestos de amor sem que as condições de uma tomada total e definitiva do outro seja assegurada e que o compromisso em si seja tomado publicamente no casamento. V aleis o que vale o vosso coração. Toda a história da humanidade é a história da necessidade de amar e de se ser amado. Este fim de século torna mais difícil a vivência de uma afetividade saudável. É importante ver claro. Seja qual for a utilização, pelos humanos, o coração - símbolo da amizade e do amor - tem também as suas normas, a sua ética. Dar lugar ao coração na construção harmoniosa da vossa personalidade não tem nada a ver com a sensibilidade nem mesmo com o sentimentalismo. O coração, é a abertura de todo o ser à existência dos outros, a capacidade de os adivinhar, de os com- preender. Amar é essencialmente dar-se aos outros. Longe de ser uma inclinação instintiva, o amor é uma decisão consciente da vontade de ir até os outros. Para podermos amar em verdade, é necessário desligarmo-nos de muitas coisas e sobretudo de nós mesmos, dar gratuitamente, amar até ao fim. Este despojar-se de si mesmo - tarefa demorada - é repousante e exaltante. Ela é fonte de equilíbrio. Ela é o segredo da felicidade. V oltai muitas vezes o olhar para Jesus Cristo. Ele é o homem que mais amou, da forma mais consciente, mais voluntária e mais gratuita! Contemplai o Homem-Deus, o Homem do coração transpassado. Não tenham medo! Jesus não veio condenar o amor, mas libertar o amor dos equívocos e erros. Deixem-no ser a vossa salvação e a vossa felicidade. Deixem-no tomar toda a vossa vida para que ela atinja com ele todas as suas dimensões, para que todas as vossas relações, atividades, sentimentos, pensamentos sejam integrados nele. Como Cristo, reconhecei Deus como a fonte e o fim da vossa existência.
João Paulo
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