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Um médico, uma enfermeira, um familiar, podem apressar a morte de um doente em coma ou sem esperança?

Quem pode saber o que se passa no mistério do coração desse ser que sofre? Quem ousa dizer que esse ser não deve viver mais? Para os cristãos, pode haver nesse instante um último momento de encontro, de perdão, de oferenda, de amor....

Mas devemos ter por todo homem, crente ou não, um respeito absoluto pela vida e pelo mistério do ser humano. Que será dos Direitos do Homem se encontrarmos razões (e boas) para tirar a vida de um lado ou do outro, quando decidimos que ela já não vale nada?
A eutanásia, ato pelo qual provocamos direta e voluntariamente a morte de um doente (essencialmente através da injeção de doses mortais de diversos produtos, muitas vezes misturados num "coquetel") é um homicídio voluntário, um crime. O médico, cuja missão é de aliviar o mais possível os sofrimentos do seu paciente, e que fez a promessa de servir a vida, não pode em caso algum, nem sob qualquer tipo de pressão, atentar contra a vida do doente.

Inversamente serão necessários os cuidados intensivos, quer dizer prolongar uma vida a qualquer preço através de meios desproporcionais (em relação à idade, às hipóteses de recuperação ... )? É o bom-senso que deve julgar o que é melhor para a pessoa, em relação ao seu estado. Por vezes é preciso renunciar a um ato que nos satisfaria pessoalmente, do ponto de vista científico, para preferir o conforto do paciente, o que exige uma verdadeira competência... também humildade. É neste sentido que falamos de cuidados paliativos.
Nunca é fácil debruçarmo-nos sobre o mistério da morte. Para fazer face ao nosso próprio medo, a solução não será procurar a esperança?


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