50 questões |
Por que tenho que viver se não pedi para nascer? |
Tu te interrogas porque és infeliz. A tua vida parece-te insuportável. E as causas são certamente muitas: falta de amor ou incompreensão, abandonos, lutos ou doenças, fracassos sucessivos ou medos do futuro, sei lá! Não consegues aceitar-te como és: atormentado, asfixiado, tu te sentes sozinho... Em suma, não gostas de ti e pensas que ninguém pode te amar. Preferes morrer a viver o insuportável. A morte aparece-te como uma porta de saída e fascina-te.
No fundo do teu sofrimento, gostaria de te enviar uma mensagem de esperança: tu és amado! Queres aceitar ser amado - tal como és, agora - por alguém que deu a sua vida por ti? Como se chama esse alguém? Jesus!
"Jesus morreu" - tu dizes! Claro, é verdade. Mas ressuscitou, e vive. Hoje, agora, podes falar com Ele. Ele vai te ouvir. Não é difícil: olhe-O de frente, do fundo do teu coração, fale a Ele do teu desespero, do teu desgosto, de tudo o que vives. Chama por Ele... É a tua forma de rezar. Acredita que esta tua oração chegará até Ele, porque te compreende. Tal como tu, Ele sentiu uma angústia terrível, na véspera de morrer, no Jardim das Oliveiras. Por essa razão é que está perto de ti. Ele quer e pode consolar-te.
Nos momentos de grande angústia, não fiques sozinho. Pede ajuda, fala com um amigo, alguém que conheças e em quem confies... Telefona para o Projeto Volta Israel (085 - 227 1840) onde um irmão te ouvirá e rezará contigo ou a uma outra organização que respeitará o teu anonimato.
Quando se descobre que Deus nos ama, podemos reconciliar-nos conosco mesmos, aceitar as nossas fraquezas e o nosso passado... Vais compreendendo, aos poucos, que a vida tem um sentido se a dedicares aos outros e se, também tu, tentares ajudar a pôr de pé os que sofrem à tua volta. Então verás que a tua vida não é uma gota de água no oceano nem um número escolhido por sorteio numa estatística (ver também Q 42 e 43).
Testemunho
Eu tinha 18 anos e vontade de morrer. Estava cansado, farto, completamente deprimido, com a impressão de que puxava um peso enorme e já não conseguia andar.
Mas queria morrer sem sofrimento e tive a idéia de usar cianeto, porque
pensava que seria rápido e sem dor. Mas como iria arranjar cianeto
sem que ninguém percebesse? No sítio onde vivo era difícil.
Achei melhor eu mesmo fazer com as noções de química
que tinha aprendido na escola.
Foi então que tocaram à porta. Será o carteiro? Se eu
não abrisse, ele iria tocar a casa da vizinha que fazia a faxina em
nossa casa. Então ela traria o correio, viria fazer a faxina... e
impedir-me de me suicidar. A minha mãe não estava em casa. O que eu havia de fazer? Hesitei em mandá-lo embora e voltar ao que estava fazendo. Mas ele tremia. Tinha as mãos azuis do frio... Eu estava de tal maneira atordoado que só me ocorreu qualquer coisa que tinha lido há algum tempo: mandar entrar o homem e dar-lhe um café. Ele ficou bastante tempo, talvez duas horas, o tempo necessário para se aquecer, até poder beber e comer. Pediu-me dinheiro: tinham-lhe oferecido um emprego mas ele não se atrevia a apresentar-se lá com os cabelos compridos e a barba por fazer, queria passar primeiro pelo barbeiro. Dei-lhe o dinheiro que me restava da mesada. Depois de ele ir embora, fui à caixinha da família buscar dinheiro para ir ao cinema e não pensar mais nisto. Senti que o Senhor tinha me salvado enviando-me alguém ainda mais pobre do que eu. Pierre
Chamo-me Christel, tenho 18 anos e vivo com
a minha avó. Durante algum tempo andei com um grupo de rapazes de
20 anos, dos subúrbios de Paris. Eu era a única moça.
Era só álcool e perversidade.
Em Agosto de 1990, fui ao Fórum dos Jovens de Paray-le-Monial. Mas
não era propriamente para rezar... No entanto fui me sentindo mais
calma. Senti uma queimadura enorme no coração, como quando se ama, e na mão esquerda a sensação de uma mão que pousava na minha. Senti-me vazia de tudo e "preenchida" por uma chama, por uma imensa alegria. Amava a vida, acabava de a descobrir! De um dia para o outro parei com a droga, com os golpes com vidros, com o cabelo raspado e com toda a degradação e autodestruição de mim mesma. Comecei a vestir-me com roupa de cor. Tive algumas crises de desespero, de angústia, mas a oração foi sempre o meu grande apoio. Desde que recebi esta graça, freqüento todas as quartas-feiras um grupo de oração. Encontrei um amor seguro e forte: o amor de Jesus. E quero que todos saibam, sobretudo os jovens que vivem na solidão e na delinqüência: Sim, Ele está vivo e nos ama! Christel. |