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O aborto, claro que não é, o ideal... Mas em alguns casos...? |
Abortar é fazer cessar a vida de um embrião, ou seja de um ser humano. Ainda que seja feito por um médico, é um crime de morte.
Mas as
conseqüências do aborto também são graves para a
mãe: a abertura forçada do colo do útero, a
interrupção súbita da produção hormonal
do ovário têm realmente um efeito muito violento que pode levar
a desequilíbrios físicos e psicológicos, cuja
repercussão nem sempre se avalia.
Além disto, abortar é
muitas vezes a solução a curto prazo de um problema que permanece
por resolver: aquela relação precária, uma confiança
traída, uma ação impensada provocada por uma carência
afetiva, etc... O aborto leva apenas ao agravamento do sofrimento interior
da mulher e a sua marca permanece consciente ou inconsciente, de forma
indelével.
Mas se a mulher não
pode assumir essa gravidez? - poderão dizer-me. Efetivamente, ficar
grávida depois de um estupro ou de uma relação perfeitamente
ocasional, pode representar uma catástrofe. Mas será razão
suficiente para provocar outra? O assassinato de um ser humano, mesmo no
estado embrionário, é em si mesmo uma catástrofe. E
que ainda por cima não é fácil de assumir. É
um ato que pode ficar marcado na carne, ainda mais profundamente que na
memória consciente e provocar perturbações graves:
culpabilidade da qual não se consegue libertar, agressividade contra
o marido, o amigo ou os homens em geral, angústia na vida sexual,
que pode ser vista a partir de então como "perigosa", medo de nunca
mais poder ser uma "boa mãe" depois de ter "feito aquilo", etc.
Então, numa
situação de sofrimento, que fazer? Em primeiro lugar saber
que existem apoios possíveis e que não se está
obrigatoriamente sozinha perante esta provação. Jovens mães
aceitaram acolher o seu filho (tel.:(085) 226-7239) contando com a ajuda
de algumas pessoas ou famílias que as ajudaram moral e materialmente.
Elas podem testemunhar que a sua vida não ficou por isso estragada,
muito pelo contrário: essa criança foi freqüentemente
uma etapa essencial na sua evolução para uma vida mais madura,
mais responsável e foi fonte de uma verdadeira realização
pessoal.
Se surge como realmente
impossível assumir uma maternidade, há uma solução
legal que não tem nada de condenável, ainda que à primeira
vista possa parecer delicada: a jovem mãe pode escolher dar o seu
filho após o nascimento, às instituições reconhecidas
legalmente, que por seu lado entregarão o bebê a pais adotivos.
É um ato de coragem, de lucidez e de amor para com aquela criança,
e devemos dizer contra todas as vozes que inconscientemente se poderiam levantar
para condenar. É bom que saibamos que há nos nossos países
vários milhares de casais que em cada ano desejam adotar uma
criança, sem o conseguir. Há pois muitas chances que o bebê
encontre uma família onde conhecerá a felicidade. Nestas
circunstâncias uma criança "não desejada" não
é obrigatoriamente destinada à infelicidade.
Para o Senhor nada
se perde. Se tomamos consciência de que cometemos um erro grave, o
perdão de Deus (dado no sacramento da Reconciliação)
abre-nos de novo as portas da Paz e da Alegria (ver Q 39). Jesus não
veio para condenar; Ele vai procurar a ovelha perdida entre os espinhos,
põe-na nos ombros e
cura-a.
Testemunho
Quando a minha mãe estava grávida de mim, adoeceu gravemente e foi hospitalizada. O método aconselhou-a imediatamente a abortar por causa dos riscos de má formação que a doença podia provocar.
Mas os meus pais recusaram por causa da sua fé e decidiram aceitar
aquela criança ainda que ela fosse deficiente. Pediram a uma religiosa
para rezar especialmente pela criança que ia nascer. Ela prometeu
que ia fazer, mas morreu algum tempo antes do nascimento.
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