50 questões
50 questões
Será que o meu destino
não está fixado desde o meu
nascimento?

Parece legítimo que nos interroguemos sobre o nosso futuro, sobre o que vamos fazer da nossa vida. O recurso à astrologia, aos videntes, à numerologia, etc., pode conceber-se como uma resposta às situações que, em breve se apresentarão ou como uma espécie de antídoto contra o medo do futuro.
Na realidade, estas diversas práticas são crenças que, baseando-se em dados mais ou menos científicos, dão interpretações que não são racionais.

A astronomia, por exemplo, é uma disciplina científica; a astrologia é uma superstição, até mesmo uma fraude: os dados que ela utiliza tradicionalmente deverão ser provados, uma vez que se sabe que há dois séculos se descobriram 3 novos planetas no sistemas solar (Urano, Netuno, Plutão). Sabemos também que a posição dos signos do zodíaco varia pouco a pouco relativamente ao eixo da terra. Daqui resulta que a astrologia se baseia em dados que, cientificamente, não são fidedignos. Que crédito devemos dar então às interpretações que ela propõe para um mapa astral, por exemplo?

Para mim, o fato de interpretar coloca em si mesmo um problema: toda a interpretação se faz em função de um referen-cial. Ora sabemos que existem várias escolas, interpretando os dados astrológicos de maneiras diferentes; por que razão dar mais crédito a uma e não escolher a outra? Podemos mesmo desconfiar que a interpretação se aproxima da adivinhação... Quais são seus objetivos?

Poderemos ainda dizer que as previsões da astrologia acertam com relação a esta ou aquela pessoa... Num número considerável de "previsões", não é inconcebível que uma ou outra dêem certo, por acaso; e não é inconcebível que a pessoa que consultou o "vidente" tenha ficado fascinada, fechada no que lhe foi dito (ver testemunho seguinte)!
Não esqueçamos também que os que consultamos podem ser capazes, ao observar um "cliente", de diagnosticar as suas angústias, as suas esperanças e mesmo alguns traços importantes da sua personalidade: não se trata de vidência, simplesmente de um pouco de psicologia ...

O que haverá de mais normal do que tomar o nosso futuro em consideração? Mas o medo do amanhã poderá justificar a crença nas superstições ou a renúncia à nossa liberdade? Fatalismos e pseudodeterminismos bloqueiam a nossa liberdade.

É compreensível que quando não se sabe a razão da existência, haja medo do amanhã; mas em vez de perdermos tempo com questões secundárias, não valerá mais a pena colocar as verdadeiras questões, as únicas que nos permitirão avançar?

Testemunho

Durante muito tempo fui uma apaixonada pela astrologia. Estava convencida de se tratar de uma fonte de conhecimento muito segura.
Como estava fazendo um curso de astrologia por correspondência, havia cada vez mais pessoas a pedir-me para lhes fazer um mapa astral. Ora um dia, uma mulher que o marido tinha acabado de deixar, veio procurar-me. Ela queria saber se haveria hipóteses que ele voltasse. Fiz o seu mapa astral e, prevendo que ele passava por um período muito confuso, dei-lhe a entender que era melhor interessar-se por outra coisa... Quinze dias depois soube que ela tinha se suicidado!
Para mim isto foi um choque terrível. Não teria eu influenciado esta mulher com as minhas conclusões e contribuído em parte para a levar ao desespero? Em vez de a ajudar a assumir o seu presente, não a teria esmagado pelas revelações de um futuro hipotético?
Depois deste dia, nunca mais toquei na astrologia.

Sabine


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